O governo federal alterou algumas regras relativas ao empréstimo de consignado relativas ao Auxílio Brasil. As regras estão numa portaria publicada na última quinta-feira (9), e já estão em vigor.
As mudanças deverão reduzir significamente o valor que os beneficiários poderão pegar como empréstimo.
De acordo com Rodrigo Bernardo, especialista em educação financeira da Barkus Educacional, “o empréstimo deve ser visto como uma forma de “apagar o incêndio”, mas é preciso sempre ficar alerta.
“O prazo máximo para pagamento que antes era de 24 meses, agora cai para 6. Já o juros mensal que era de até 6,5% ao mês, agora cai para 2,5%. E a margem consignada, ou seja, o percentual em cima do valor recebido por mês que era permitido que a pessoa comprometesse, era de 40%, agora cai para 5%. Isso pode implicar no orçamento do beneficiário visto que essa é uma medida conservadora do governo porque permite que a pessoa use um valor no empréstimo, lembrando que esse empréstimo do consignado é descontado em folha. Então, o beneficiário não tem a opção de não pagar, diferente de outras modalidades de crédito. E isso faz com que ele já tenha aquele valor do orçamento, da sua renda comprometido com o pagamento do empréstimo”, inicia o especialista.
Rodrigo ressalta ainda que no modelo antigo, isso acabava isso acabava de alguma forma dando a possibilidade do beneficiário pegar um valor muito grande e não conseguir pagar. “Isso compromete boa parte do benefício e faz com que o beneficiário não consiga pagar outras contas. Agora, enxergamos um cenário que a pessoa não “se enrole”, porque vai ser só uma pequena parte do benefício mensal dela que vai ser comprometida com esse empréstimo. Isso é bastante positivo. O empréstimo deve ser visto como uma forma de “apagar o incêndio”, porque você consegue pagar em dia e deixa de usar. Então, acho que esse novo modelo tende a levar o usuário a esse novo caminho”, continua.
“Só pegue o empréstimo em caso de necessidade extrema e caso não apareça nenhuma outra linha de crédito que apresente uma condição de juros que seja mais benéfica para o usuário que tome a linha de crédito. Não é enxergar a oportunidade como um dinheiro que está sendo dado, como complemento de renda. Que ele seja usado para coisas importantes, como complemento de mercado, contas urgentes de fim de mês”, reforça.
O especialista em educação financeira ressalta que esse benefício pode ajudar a pessoa a controlar o próprio orçamento limitando o valor que vai ficar comprometido com aquele empréstimo.
“Esse beneficio pode ajudar a pessoa a controlar o próprio orçamento limitando o valor que vai ficar comprometido com aquele empréstimo. “Isso faz com que a pessoa fique muito menos exposta a possibilidade de comprometimento grande daquilo que ela recebe o que impossibilitaria o pagamento de outras contas. Essa nova regra pode guiar a pessoa a se controlar com o benefício. A pessoa também precisa tomar cuidado com o valor solicitado para não se extrapolar com as outras contas”, finaliza.
(Foto: Marcelo Camargo/ Reprodução: Agência Brasil)