Com plateia lotada e muitos aplausos, o espetáculo “O Gênio da Lâmpada e o Tempo” teve sua estreia no Teatro Firjan Sesi, em Duque de Caxias. A obra infantojuvenil, que é uma produção da Lamims Produções em parceria com o coletivo Confraria Nau dos Loucos, explora a relação das crianças com os dispositivos eletrônicos modernos e incentiva um olhar crítico sobre a influência da tecnologia na formação e desenvolvimento infantil.
Idealizado por Erick Galvão, com texto de Karla Muniz Ribeiro e direção geral do dramaturgo Wellington Júnior, a história do projeto gira em torno do garoto Zeca, que deseja que seus amigos deixem os celulares de lado e voltem a brincar com ele. Para realizar esse desejo, Zeca conta com a ajuda especial de um Gênio da Lâmpada, embarcando em uma aventura que transcende o tempo e os leva a redescobrir brincadeiras e cantigas populares antigas.
O espetáculo reflete sobre as infâncias na Baixada Fluminense, no Nordeste e nas periferias, resgatando tradições folclóricas que muitas crianças de hoje não conhecem. A produção utiliza uma abordagem lúdica e criativa para falar sobre como as crianças lidam com o tempo e os dispositivos eletrônicos modernos, como computadores, smartphones e tablets. Ele se apresenta como uma iniciativa cultural de grande importância no contexto atual, onde a presença crescente da tecnologia na vida das crianças levanta questões relevantes.
“A minha maior inspiração foram as crianças. Eu passei a observar como elas brincavam e como lidavam com o seu tempo no dia a dia. E observando as crianças da minha rua, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, comecei a me atentar pra realidade delas, e como isso influenciava em suas brincadeiras. Depois comecei a investigar as vivências de crianças de outros lugares, que pertenciam a outras realidades bem diferentes, de lugares mais elitizados. Então, eu identifiquei as diversas infâncias que existem dentro do contexto social em que viviam e as variadas formas de brincar. E a partir daí comecei a viajar nessa ideia de um dia produzir um espetáculo que investigasse a infância e cotidiano das crianças e suas relações com as tecnologias atuais, e como elas lidam com seu tempo. Queria produzir uma peça que se comunicasse, não só com o público infantil, mas também com o público adulto, um espetáculo em que eles pudessem revisitar o passado, as suas memórias afetivas, acessar uma infância que permanece guardada em nós. Uma verdadeira viagem no tempo”, conta Erick, idealizador do projeto.
O projeto também resgata a importância das cantigas e brincadeiras populares para o desenvolvimento infantil, conectando as crianças com suas raízes e identidade cultural.
O elenco é composto pelos seis atores Anderson Motta, Angélica de Acácio, Avaristo Martins, Erick Galvão, Ieda Cristino e Thaís Ramos, que integram o coletivo Confraria Nau dos Loucos. A produção irá divulgar em breve novas datas das próximas apresentações.