O fim de ano se aproxima e a atenção de boa parte dos brasileiros está voltada para as festividades de Natal e Ano Novo. Porém, uma outra parte da população, como o presidente do diretório municipal do PSD-BM, Leo Santos, está concentrada na Reforma Tributária, que começa a ser implementada a partir de janeiro de 2026. A reforma, segundo ele, chega com promessas ambiciosas, mas também com riscos que precisam ser enfrentados com coragem, clareza e responsabilidade política.
A cobrança do novo modelo começará a ser testada. O IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) substituem gradualmente o PIS (Programa de Integração Social), a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o ISS (Imposto Sobre Serviços) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Leo analisa que, na teoria, o país caminha para um sistema mais simples. Na prática, ele afirma que a transição pode gerar insegurança, aumento temporário de preços e uma adaptação difícil, especialmente para setores que dependem de margens curtas e fluxo de caixa constante, como pequenos comércios, prestadores de serviço e empreendedores individuais. “É preciso falar a verdade: ninguém sabe exatamente qual será a alíquota efetiva do novo imposto. Isso significa que o impacto final pode ser maior do que se imagina”, alerta Leo, ressaltando que, embora alguns segmentos possam ser beneficiados com desonerações específicas, o setor de serviços, responsável por grande parte dos empregos do país, tende a sentir aumento de carga tributária, o que pode refletir diretamente no consumidor.
Leo também chama atenção para outro ponto decisivo: os efeitos da reforma no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Em 2025, a tabela foi atualizada, garantindo isenção para quem recebe até cerca de R$ 5 mil mensais, um alívio especialmente para trabalhadores assalariados e famílias de baixa renda. No entanto, Leo ressalta que essa atualização, embora positiva, ainda é insuficiente diante da defasagem histórica da tabela e dos impactos acumulados da inflação. “É importante que a população saiba que a reforma não encerra o debate sobre justiça tributária. O brasileiro que ganha menos precisa continuar tendo proteção. Sem revisões constantes da tabela do IRPF, qualquer ganho será rapidamente corroído pelo aumento de preços no dia a dia”, afirma.

Para Leo, o risco de que alimentos, medicamentos e itens essenciais tenham aumento moderado ou estabilidade depende totalmente da calibragem das alíquotas do novo sistema. E, sem clareza sobre esses números, o Brasil pode enfrentar um período de imprevisibilidade. “Reforma não pode ser um cheque em branco. A população já vive com orçamento apertado. Cada centavo faz diferença. Precisamos garantir que o peso da transição não recaia sobre quem menos pode pagar”, destaca.
Ele também reforça a preocupação com o impacto sobre os municípios. Como Barra Mansa depende fortemente do comércio e dos serviços, qualquer oscilação de arrecadação ou atraso na redistribuição de recursos pode afetar investimentos públicos, manutenção urbana e políticas sociais.
Outro ponto sensível é a adaptação tecnológica. A reforma promete modernizar o modelo de cobrança com notas eletrônicas padronizadas e fiscalização integrada entre União, estados e municípios. Para Leo, isso é positivo, mas requer investimento e preparo. “O pequeno comerciante não pode ser penalizado porque não tem estrutura para se adequar rapidamente. É preciso apoio, orientação e uma transição realista”, reforça.
Por fim, Leo Santos afirma que a reforma não é apenas um debate técnico. Ela recai diretamente sobre o cotidiano das famílias que tentam fechar o mês, do comerciante que luta para manter o negócio e do trabalhador que precisa saber se o salário vai continuar dando conta da vida. “Transparência não é escolha; é obrigação. A população merece saber o que vai mudar, quanto vai pagar e como isso afeta o futuro de cada um de nós.”
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