Cresce o uso do Ozempic no pré-operatório de cirurgias plásticas

Especialistas alertam para riscos e complicações cirúrgicas decorrentes do uso indiscriminado do Ozempic, medicamento conhecido por controlar o diabetes tipo 2, mas utilizado por alguns pacientes em busca de rápida transformação física antes de procedimentos estéticos. Os desafios incluem potenciais impactos adversos no procedimento cirúrgico e na administração de anestesia.

Dr. Geraldo Capuchinho (Foto: Divulgação)

O cirurgião plástico Dr. Geraldo Capuchinho destaca a importância de avaliar cuidadosamente o uso do Ozempic no contexto pré-operatório, enfatizando que o medicamento pode influenciar na resposta do organismo à anestesia, aumentando os riscos de complicações. Alerta ainda mais relevante nas cirurgias plásticas eletivas, onde busca por procedimentos menos invasivos é constante.

O Ozempic pode impactar coagulação sanguínea e cicatrização, fatores críticos para o sucesso de procedimentos cirúrgicos. Em cirurgias plásticas, recomenda-se a interrupção do medicamento por, no mínimo, 21 dias antes da rinoplastia, sob risco de náuseas, vômitos e sangramento nasal pós-operatório, destaca Dr. Geraldo Capuchinho.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) enfatizam a necessidade de abordagem cautelosa, priorizando a segurança do paciente. Em comunicado conjunto, encorajam médicos e pacientes a discutirem abertamente o uso do Ozempic no pré-operatório, considerando todos os riscos envolvidos.

O alerta é crucial diante da popularidade crescente do Ozempic entre as classes mais abastadas, devido ao custo da Semaglutida, seu nome genérico. Pacientes que buscam emagrecer são orientados a procurar aconselhamento profissional antes de tomar decisões que afetem sua saúde e bem-estar, priorizando o equilíbrio entre estética desejada e preservação da saúde.